A obra tem, como ponto de partida, a exploração da palavra Saudade na poesia portuguesa, associando este termo específico a uma condição de espera, de nostalgia, de alegrias e tristezas. A Saudade portuguesa, nesse sentido, está associada ao mar, e ao mirar constante e fixo das mulheres, que divisam o horizonte, esperando o regresso da pessoa que amam. O olhar posto no mar representa a ambiguidade de um sentimento que é encarnado na palavra Saudade, que não tem uma tradução precisa noutros idiomas.
O tempo saudoso é uma forma de criar o quotidiano e, neste projeto, procuro pôr em tensão a condição de espera em relação com a memória, fazendo um pouco de referência a Penélope, que tece para fazer tempo e, no fim, não consegue reconhecer o que espera. Com esta experiência, procuro pôr em diálogo a poesia e a noção de contemplação própria dos paisagistas românticos, para construir um olhar crítico sobre esta condição do tempo, da espera e submissão implícita neste gesto.
Tempo SaudosoVídeo Instalação, projetor modesto de diapositivosDimensões variáveis2017 Projeto realizado durante a residência artística em Vila Nova de Cerveira Portugal 2017Agradecimentos:Fundação Bienal de Cerveira - PortugalMinistério de Cultura - ColômbiaIDARTES - Colômbia Anabela de Azevedo Teixeira SobrinhoGonçalo Beja da Costa